sábado, 17 de abril de 2010

Casamento de Oberlon e Ricárcia




"É preciso cada dia partir ao encontro um do outro, por caminhos desconhecidos, tentando adivinhar a vida profunda do cônjuge, procurando o que pode despertar sua atenção, seu interesse, sua ternura, descobrindo aquilo que pode estabelecer a comunhão". (Henri Caffarel)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A transformação



A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas.
Só que elas não percebem.
Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos.Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio.
Apagar o fogo.
Sem fogo, o sofrimento diminui.
E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! - e ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.
O destino delas é triste.
Ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca e macia.
Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
Seu destino é o lixo…

AMAR BONITO - Artur da Távola



Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:
Aprendam a fazer bonito seu amor.
Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...
Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.
Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam,descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira!!!
Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.
Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.
Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível.
Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito).
Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando besteiras, mas criando sempre.
Revivendo os caminhos que intuiu em criança.
Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.
Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.
Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma do amor.
Cuide do cuidado.
Cuide de você.

Amigos pela fé - Cantores de Deus



Quem me dará um ombro amigo
Quando eu precisar
E se eu cair, se eu vacilar
Quem vai me levantar
Sou eu quem vai ouvir você
Quando o mundo não puder te entender
Foi Deus quem te escolheu pra ser
O melhor amigo que eu pudesse ter

Amigos pra sempre
Bons amigos que nasceram pela fé
Amigos pra sempre
Para sempre amigos sim se Deus quiser

Quem é que vai me acolher
Na minha indecisão
Se eu me perder pelo caminho
Quem me dará a mão
Foi Deus quem consagrou você e eu
Para sermos bons amigos num só coração
Por isso eu estarei aqui
Quando tudo parecer sem solução

Peço a Deus que te guarde
Que te dê sua paz

Diálogo do amor


Assim falou, um dia, o Amante à sua Amada:
"- Não quer você seguir, comigo, a mesma estrada?

"E Ela disse: "- E se for uma grande subida
para enfrentarmos, os dois, durante toda a vida?"

"Não temas a subida" - então diz-lhe o Amante,"pois o
amor nos transporta em sua asa possante."

Mas a Amada persiste: "E se houver muito espinho e muita
pedra aguda, ao longo do caminho?"

E ele responde: "Espinho e pedra viram flor
quando existe no peito um grande, imenso Amor."

"E se a noite chegar, deixando tudo escuro",
- diz ela - "como achar a trilha do futuro?"

"Sossegue!... A minha vida, unida sempre à tua, será
brilho de sol, será clarão de lua!"

Mas ela insiste: "E o frio?... a neve em vez de orvalho
e a gente a caminhar sem agasalho?"

"Querida, o nosso Amor" - diz ele - "é chama ardente que
sempre há de aquecer a existência da gente!"

"E se chegar um dia a fome, em mau momento e a vida nos
negar o trigo do sustento?"

"Cavaremos a terra os dois juntos, então,
para plantar o Amor que é trigo, fruto e pão!"

"E se formos, depois, por um grande deserto,
uma região sem água alguma longe ou perto?"

Mas ele dizia: "Querida, a vida de quem ama,
é fonte de onde a água, em ondas se derrama"

"E se o Amor acabar?..." a Amada então hesita..."que nos
vai suceder em tamanha desdita?"

"Querida, o Amor não morre, o Amor é puro e terno, porque
o Amor é Deus e o grande Deus é eterno!

Não, o Amor não acaba..." o amante respondeu..."se todo
Amor for grande assim como este meu.

Ele só acabará quando o sol apagar e não houver mais
água alguma em todo o mar!"

E ele estendeu a mão, assim como proposta
e ela lhe deu a sua, assim como resposta...

E sorrindo, o bom Deus, que tudo estava a olhar, pôs mais
chamas no sol e mais águas no mar...

"Lembre-se de que a primeira pessoa que você precisa
acreditar no que diz é você mesmo."

Charles Chaplin sobre a vida


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante.
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

SOBRE O OUVIR



No relacionamento a dois é necessário romper com o individualismo.
Sabemos que deixamos marcas sensíveis daquilo que somos e, em muitos casos, absorvemos os modos daquele com quem convivemos. A partir dessas experiências, ficamos mais comprometidos com aqueles que estão ao nosso lado, por meio da cumplicidade comum que rege nossos relacionamentos.
Se para se estabelecer fortes laços de amizade precisamos “quebrar o gelo”, da mesma forma, dentro de um relacionamento a dois será necessário rasgar a película do individualismo, dos melindres e rancores, entre outros problemas que poderão surgir com as tribulações do dia-a dia. Com isso, nos deixemos ser influenciados pelas experiências, conceitos, entendimentos e razões do outro, preparando um espaço privilegiado para o diálogo, observando alguns detalhes importantes:

1. Marcamos um dia e uma hora especial para isto, como por exemplo, o dia do aniversário de namoro, um final de semana especial...
2. Consideramos este agendamento como o encontro entre duas pessoas que se amam, portanto, a este encontro não faltamos sob pretexto algum.
3. Agendamos um tempo longo, para que não sejamos traídos pela pressa.
4. Desligamos o telefone, escolhemos uma música que nos traga lembranças especiais.
5. Escolhemos um lugar tranqüilo, livre de barulho e interrupções.
6. Para conduzir este momento de reflexão e diálogo, podemos fazer-nos perguntas como:
 Pensamos em Deus como agente do nosso encontro? Já entendemos que Ele nos colocou no caminho um do outro?
 Como vemos o amadurecimento do nosso relacionamento? Estamos evoluindo? Sabemos aceitar melhor as limitações um do outro?
 Continuamos conquistando um ao outro a cada dia? O que podemos fazer para melhorar?
 Conseguimos perceber uma presença mais marcante de Deus em nossas vidas?
 Sabemos dividir o tempo de modo a dar a atenção necessária ao namoro, estudo, trabalho e família? O que podemos melhorar nesse aspecto?
 Com o passar do tempo, nosso namoro nos está conduzindo para mais perto de Deus?
7. Acrescentamos ainda outras perguntas que possam nos ajudar a desenvolver o diálogo, com sinceridade.

Solte as amarras





Você já pensou porque o elefante, um animal enorme, fica preso a uma corda frágil que, com poucos esforços ele arrebentaria? Isso ocorre porque o homem usa um meio eficaz de submetê-lo, quando o elefante ainda é um bebê e desconhece a força que tem.
Preso a uma corda, o bebê elefante tenta escapar. Faz esforços, se debate, se machuca, mas não consegue arrebentar as amarras.
A cena se repete por alguns anos. As tentativas de libertar-se são inúteis. O elefante desiste.
Vencido pelas amarras, ele acredita que todos os seus esforços serão inúteis, para sempre.
Assim é que, depois de adulto, o gigante fica preso a uma fina corda que ele poderia romper com esforços insignificantes.
Fazendo um paralelo com o ser humano, poderíamos fazer a mesma pergunta: porque um ser tão grandioso, potencialmente criado para a perfeição e a felicidade, se deixa vencer por amarras tão sutis e sem fundamento?
São cordas invisíveis que vão imobilizando um gigante e, por fim, ele se conforma e se submete, sem questionamentos.
Essas cordas podem ser facilmente percebidas, basta um olhar mais atendo.
A idéia de que o homem foi criado para o sexo e não o sexo para o homem, insuflada desde a mais tenra idade, faz com que o adolescente se deprave, se prostitua e se infelicite.
O adulto, acostumado com essa amarra invisível, se reduza a um escravo sexual, infeliz e exausto, quando poderia usar as potencialidades sexuais para a vida e para o amor, consolidando uniões maduras e baseadas no sentimento.
A sutilidade das chamadas para o vício, propositalmente exibidas em cenas de programas e comerciais, cujo maior público é de menores de idade, gera uma potente amarra para o jovem que, para ser aceito pelo grupo se embrenha em cipoais de difícil saída.
A sensualidade mostrada em larga escala como o "supra sumo" cria clichês de protótipos perfeitos e fisicamente bem esculpidos, infelicitando aqueles que não atendem a tais pré-requisitos.
O culto exagerado ao dinheiro, ao ter, ao status, em detrimento do ser, do desenvolvimento das potencialidades intrínsecas do ser, gera amarras que paralisam muito criaturas.
Umas porque se tornam escravas do que não possuem e gostariam de possuir, outras subjugadas pelos bens que amealharam e querem reter a qualquer custo.
As amarras são tantas e tão sutis que geram uma paralisia generalizada, submetendo uma gama enorme de gigantes que desconhecem suas potencialidades e seu objetivo na face da terra.
Ao invés de buscar as estrelas, herança natural dos filhos de Deus, se voltam para o ilusório, para o fútil, para os falsos valores.
Criados para a eternidade, esses gigantes se conformam com as aparências, com o transitório, com a roupa que irão vestir, com o que os outros pensam a seu respeito.
Filhos da luz, se deixam tombar nas trevas da ignorância, da desdita, do desespero.
Vale a pena meditar sobre isso e buscar identificar essas tantas cordas invisíveis que nos impedem de alçar vôo.
O vôo rumo à liberdade definitiva, rumo às paragens sublimes que aguardam esses gigantes em marcha para a perfeição.